Acabo de chegar da escola. Pouco tempo antes das aulas terminarem, ouvimos um alvoroço na rua, sons mais agressivos ainda do que estamos acostumados a ouvir. Era uma perseguição policial a bandidos que assaltaram um banco - ou tentaram assaltar, não sei bem a história. Só sei que uma colega, professora, justamente naquele momento tentava estacionar o carro... que sufoco! Ainda bem que nada aconteceu a ela.
No mais, foi uma correria. Alguns alunos, que já são inquietos e adoram uma bagunça, aproveitaram a situação para sair correndo da sala, numa tentativa de saber o que estava acontecendo - como se fosse resolver alguma coisa! Nossa! E como insistiram para que a escola abrisse o portão para que saíssem!!... Óh, céus, estariam mais seguros lá fora?...
Aos poucos tudo foi se "normalizando": assaltantes mortos (um deles conseguiu fugir, disseram), alunos nas salas de aula novamente e um trabalhão para fazê-los acompanhar as aulas. Enfim, essa é a realidade de hoje.
Quem seriam esses que morreram? Foram estudantes de que escola?...
Quem seriam esses que morreram? Foram estudantes de que escola?...
Não é à toa que continuamos, como professores, numa luta danada para que esses meninos compreendam que o único caminho para um crescimento digno são os estudos. E digo estudos não apenas para passar em provas escolares, mas para enfrentar a vida, com maior autonomia e poder de escolha.
Dá muito trabalho levá-los a entender que muito pouco vale
- um corte/penteado "manero" ou um boné "muito louco" em uma cabeça que não sabe pensar;
- um Rayban em olhos que não têm paciência para parar e aprender a ler textos;
- um celular de última geração quando não se sabe falar e ouvir, para resolver as situações da vida...
Mas continuamos tentando. Queremos que eles cresçam e se interessem por coisas realmente dignas e construtivas, pois diferentemente das produções de texto que fazemos na escola, em que podemos corrigir erros e inadequações, a vida é implacável e não nos dá uma outra chance para reescrever nossa história. O tempo passa muito rápido.
Tudo é uma questão de escolha. As opções de hoje certamente voltarão, com o dobro de sua força, para o mal ou para o bem.
Escolhas! Eis o fator que considero mais importante na vida de um ser humano.
No começo da vida são as escolhas feitas de forma repetitiva que se transformarão em hábitos, que por sua vez construirão um caráter.
Porém, depois de algum tempo de vida será o caráter que determinará as escolhas.
Em outras palavras, as escolhas selam o nosso destino.
Tem razão, Cleiton: ação - hábito - caráter - destino. E a vida não quer saber se a gente sabe escolher ou não... o retorno é certo.
Em que mundo vivemos!
A situação e crítica e há fortes sinais de que degeneração maior está por vir. Ainda me lembro das antigas aulas de EMC (Educação Moral e Cívica) nas quais se enfatizava as palavras de Aristóteles: "A família é a célula máter da sociedade". Hoje, vê-se com certa freqüência: pais desequilibrados, filhos desajustados, famílias desestruturadas e, conseqüentemente, sociedade caótica, desfragmentada, à beira do colapso.
Não vejo solução coletiva. Nisso sou pessimista. A Educação pode pinçar alguns, mas muitos desta geração, infelizmente, já estão perdidos.
É de se lamentar.
Enquanto isso, lá em Brasília, os crimes de colarinho branco continuam...
Nem me fale!!
Alguns, lá na escola mesmo, têm a oportunidade de estudar, gratuitamente; recebem material; os professores são todos formados; a escola procura tratá~los com respeito..., mas não querem saber de nada.
É uma pena!
professora adori a sua narraçao do acontecimento e cláro a conclusão . bjs obs não me corrigi se eu escrevi errado aqui no blog hein rsrsr ass tarcisio odon
Que delícia ler os comentários de meus alunos!
Obrigada, querido, pela visita!
(Quanto à escrita, li com olhos leves, sem o rigor de revisora. Bjs!)