Ontem, assistindo a um filme, ouvi uma frase que me pareceu bastante profunda. Era sobre as experiências que passamos na vida, e dizia mais ou menos assim: "... as cicatrizes são importantes para nos lembrar que a dor realmente existiu" - tudo bem que o personagem que falou isso era o psiquiatra Dr. Lecter Hannibal, mas não deixa de ter sua verdade.
Você já observou? Quase todo mundo tem alguma cicatriz, umazinha que seja. Eu tenho várias. Não que eu tenha sido uma criança das mais levadas, mas a minha pele é daquelas que tudo marca (rsrsrsrs), aí, já viu, acabei adquirindo uma coleção delas.
Geralmente uma cicatriz é resultado de uma situação traumática: uma pancada muito forte, um acidente, um tombo... e o corte está feito! A dor passa, o ferimento sara, mas a marca fica, como prova do que se viveu: "Ah, isso aqui foi quando eu estava aprendendo a andar de bicicleta...", "O acidente foi grave mesmo e os pontos da cirurgia deixaram...", "Nem me fale em patins, está vendo esta marca aqui no meu joelho?..." E as histórias são intermináveis...
Por vezes essas tais marcas suscitam emoções diferentes em quem as tem. Algumas chegam a ser (verdade!) motivo de orgulho para seus donos, registro de uma aventura ou de algo grande que se precisou vencer. Outras, a gente olha e nem sente mais nada, quase nem lembra o que aconteceu. É o caso do meu dedo indicador da mão esquerda, que ficou com uma cicatriz em relevo, num formato igualzinho ao da Nike (hahaha!), resultado de uma facada que eu mesma dei, cortando couve.
Mas a vida é assim mesmo, menino que é menino tem que ter suas marcas, e vida que é vida, tem lá seus sustos, cortes e arranhões.
Agora, por outro lado, existem "aquelas" cicatrizes... as da alma. Essas, pra falar a verdade, são beeemm mais complicadas... Você começa a olhar muito pra elas e a situação vivida volta com toda a sua dor, impacto e intensidade, e novamente a ferida se abre. Essas, ao contrário das outras, só se fecham mesmo com o amadurecimento emocional, terapia e o auxílio de um bom psiquiatra - mas, pelo amor de Deus, que não seja o Dr Lecter!
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