Edleuza


Esta semana estava eu em casa com meu pequeno, ativo e tagarela Dudu, com seus mil movimentos pra lá e pra cá, na mais pura e típica curiosidade dos seis anos de vida - "seis anos e meio", como ele mesmo faz questão de afirmar.

Começa então a brincar no quarto, com as portas de correr do guarda-roupa, como se fosse um grande trem levando passageiros, quando, de repente, para e diz com ênfase:

- Nossa, mamãe, você "viu" esse cheiro?!

- Que cheiro? perguntei, sem sentir nada.

Ele olha para dentro do armário, põe as mãozinhas numa blusa dobrada e diz:

- O cheiro da sua blusa, de quando você vai me buscar na escola.

Nossa!... É nesse momento que o mundo para por um segundo e traz consigo aquela sensação de que tudo tem valido a pena. Cada sufoco, cada esforço para estar o mais próxima possível, mesmo dentro de uma rotina corrida e desgastante da cidade grande. Cada correr contra o relógio para conseguir buscá-lo a tempo, cada abraço, atenção, cada resposta às suas muitas perguntas (e a confirmação dessas mesmas respostas), tudo passa a fazer sentido.

O amor dá frutos e retorna ao lugar de onde partiu... No momento em que menos se espera ele aparece no cheiro de uma blusa, numa flor minúscula que foi colhida só para você, ou na forma mais inusitada (e tocante) possível.











1 Response
  1. Uma blusa, um olhar e sorrir...


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