Edleuza

Daqui a pouquinho faço 43 anos... Inevitável, o tempo passa para todos.


Não sei se por defesa emocional ou se por falha no sistema mesmo (depois dos 40, a gente nunca sabe!...), mas a retrospectiva da minha vida nunca vem num longa metragem, mas sempre em flashs, imagens rápidas, atemporais, ora fortes, ora meio apagadas, de momentos que aconteceram comigo. O que foi vivido - de bom ou de ruim - com intensidade volta com toda a sua força; o que não teve tanta importância assim, ou até mesmo existiu por conta própria, indiferente ao que eu estava sentindo no momento, também aparece no filme.


E aí vem aquela tendenciazinha maldita de se lamentar pelo que não foi vivido - no meu caso, pelo que não se soube viver: a oportunidade que não foi aproveitada, a prisão que demorou demaaaisss para ser aberta, a fase que não foi vivida, o tempo que não foi sentido.


Nessas horas, é que a gente percebe que depois dos 40 o amadurecimento emocional faz toda a diferença no modo como se encara o tempo e a si mesmo. Mais maduros, começamos a aceitar que o que se foi, se foi, a entender que as coisas e as pessoas que tivemos foram o que foram e do jeito que puderam ser. E mesmo com os sustos e sobressaltos pelas mudanças (físicas) típicas dessa fase, passamos a lidar melhor com a realidade da vida. Afinal, compreendemos que o marco zero é sempre o hoje, já que não dá para agir sobre o passado – agora, é só daqui pra frente...


Depois dos 40 (e aí vem um lado que eu estou achando ótimo!) a gente passa a sentir gosto por outros gostos, vê graça no que às vezes não via, adquire uma segurança que não se explica... Enfim, quando se tem mais de 40 anos o olhar sobre si mesmo tende a se tornar mais sereno, realista e despretensioso. E isso é muito bom.




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