(Edleuza Teles)
- Garçom, por favor, vamos querer este prato.
- Esse a gente não tem.
- Não tem? Mas no cardápio...
- Eu já falei, está em falta! Escolha outro.
Para não estragar o momento...
- Tudo bem, o que você sugere, Pri?
- Eu quero...
- Esse também não vai dar.
- Como assim “não vai dar”? Que lugar é esse, afinal?
- Um restaurante, ué!
Já começando a suar frio e tentando controlar a raiva:
- Não vamos encompridar essa conversa, não está surtindo efeito algum. Por favor, chame o gerente!
Dez minutos depois:
- Boa noite – cumprimentou o gerente -, em que posso ajudá-los?
- Creio que está havendo algum equívoco aqui, pois não há nenhum dos pratos que pedimos...
- Não há equívoco nenhum, cavalheiro, costumamos sortir muito bem nossos estoques e cumprir com nossos compromissos para atender aos clientes.
- Então, tá! Vejamos, queremos este prato aqui – e pediu Filé de frango à francesa, a especialidade da casa.
- Não, esse também não temos – afirmou o gerente, muito sério.
- Mas que absurdo!!
- Absurdo é o relógio que o senhor está usando, que ultrapassado, hein?...
- Mas o que isso tem a ver?! Vamos embora daqui, Pri, sinto muito!
- Tudo bem, mas antes de sair o senhor vai ter que pagar uma taxa extra por ter chamado a gerência, sem necessidade.
- O quê?!?!
Já estava pronto para jogar a tábua de queijos no vultoso homem e fazer um rebuliço no restaurante, quando ouve a voz conhecida do Marcão, primo da namorada, soar ao microfone:
- Beto e Priscila! O amor é lindo!... O jantar hoje é por nossa conta, pombinhos, divirtam-se!
Não acreditava naquilo! Além de linda, ela era surpreendente: armara tudo e agora se desmanchava de rir, enquanto o cobria de beijos, ao som dos aplausos que a cena despertara. O trote deu certo. E o romance também.
(Texto produzido para a editora CPB - todos os direitos reservados).
Narrativa divertida para leitura e encenação, geralmente os alunos gostam muito. Depois, pode-se trabalhar a questão das palavras parônimas/parecidas - as que estão grifadas no texto e muitas das outras existentes em nossa língua.
Eu também gostei do texto. Mas sabendo de sua espiritualidade esperava uma pegadinha mais sutíl. Valeu.
Você sumiu. Abraços.
Olá! Obrigada pela passagem por aqui : )
Então... sempre escorrego pro lado do humor, mas escrevi para uma editora mais conservadora...
Um abração!